Contra os espinhos da violência, a vida merece uma rosa

Porque vivemos sob os que insistem em dominar aquém da ética e além da lei.
Porque todos os dias somos subjugados por aqueles que julgam deter em si a razão. E porque fazem uso das armas da burocracia por saberem que não estão ao alcance dos simples.
Porque crêem que podem julgar e sentenciar tendo legitimidade e impunidade para fazê-lo.
Porque querem construir um mundo onde possam ser os líderes inquestionáveis e para isso usam falsos moralismos e éticas distorcidas e manipuladas.
Porque o poder exercido sobre as massas já não é a força das armas, mas sim a manipulação das mentes.
Porque grande é a verdade, mas maior ainda, do ponto de vista prático, é o silêncio a respeito da verdade.
Porque somos induzidos a amar a servidão.
Porque o condicionamento que nos é imposto é hipnopédico, subtil e imperceptível, indistinguível para a maioria de nós.
Até onde é que vai então a nossa liberdade? Ou os seus constrangimentos?
O que é a democracia? Ou a ditadura?
É estabilidade? Ou prisão intelectual?
Podemos exprimir-nos? Ou falam por nós?
Podemos sentir? Ou há um sentimento comum predefinido?
Talvez seja cepticismo não acreditar na bondade intrínseca da cultura Humana, e talvez utopia pensar que pode existir um mundo perfeito. Mas podemos pelo menos sonhar com um mundo em que não sejamos vitimas de este tipo de violência, um mundo regrado pelos sentimentos e não por leis amorfas, um mundo onde a razão seja usada no seu estado mais puro; um mundo fácil de imaginar, mas tão difícil de acreditar.
Mas porque é o sonho que comanda a vida, ainda não estamos perdidos, ainda vamos a tempo de encontrar o norte. E enquanto houver espaço para amar, temos o poder de mudar.

Pensar diferente

Porque é que quem vive para saber o porquê de ser tão difícil ser feliz, nunca chega a sê-lo, nem a sabê-lo, na realidade? E porque é que quem vive feliz, não sabe que o é?

E sê-lo-á na realidade?
O que é a realidade? O que é que não é sonho?
O que são os sentimentos? São verdadeiros? O que é a verdade?
Será que este mundo não está todo ele mergulhado numa nuvem de ópio?
Será que tudo não passa de uma ilusão?
Mas todos apanhamos o comboio com destino à mesma estação.
Será que chegados a ela encontraremos as respostas?
Mas continuamos a procurar novos caminhos que não passam de labirintos sem saída (mas como é que entrámos?), e neles encontramos um entretenimento alternativo a “fazer horas”, mas que no fundo talvez não seja muito diferente.
E então, em que é que ficamos?
Estou com sono, talvez vá dormir e amanhã durante o café da manhã pense nisso. Ou talvez ainda hoje durante o sonho…

Há Pessoa's Assim

Tenho a alma num estado de rapidez ideativa tão intenso que preciso fazer da

minha atenção um caderno de apontamentos, e, ainda assim, tantas são as folhas
que tenho a encher que algumas se perdem, por elas serem tantas, e outras se não
podem ler depois, por com mais que muita pressa escritas. As ideias que perco
causam-me uma tortura imensa, sobrevivem-se nessa tortura escuramente outras.
...

Fernando Pessoa

Perspectivas

Há dias em que nos apetece simplesmente deixar de existir. Há outros em que nos apetece parar no tempo e viver o instante para sempre. E há os outros, os comuns, os excepcionais, os inesquéciveis, os que parecem sonho, aqueles em que não chegamos sequer a acordar, os difíceis, aqueles em que chove, aqueles em que a chuva é interior, os que não nos lembramos, os de quando eramos crianças, os de hoje, e os de amanhã...
E porque de cada vez que olhamos para vida a vemos de maneira diferente, e temos consciência do estado de alma, e que dele resulta uma perspectiva diferente, de tudo, de todos, inclusivamente de nós próprios, vamos assim fazendo o retrato da vida, da nossa, ou da que gostaríamos que fosse a nossa, daquela que vivemos num mundo à p'arte.

Imagem: Ricardo Simão

Big Bang

Há quem diga que o mundo começou com o Big Bang...

Será que foi num dia 13?
Espero que seja um bom dia para começar um novo mundo, um mundo à p'arte.