Quem És Tu
Estar com alguém e não saber com quem! é um sentimento não muito comum, mas que por vezes, por capricho dos dEUSES, ou por simples problema de expressão - entenda-se por problema de expressão a dificuldade em arquitectar ou veicular uma mensagem, que, sendo ela oral, ou gestual, ou de outro qualquer tipo, consiga transmitir fielmente a ideia original de quem a concebeu -, ou falta de comunicação - entenda-se aqui, agora, de algum modo, a ausência de uma, ou ambas, ou as várias pessoas (não uma ausência física mas um distanciamento sentimental, ou só mental) -, coloca pessoas em lugares tão longínquos e tão inacessíveis que nem a melhor das vontades nem o mais puro dos afectos conseguem trazer de volta.
Quando a janela se fecha e se transforma num ovo
Ou se desfaz em estilhaços de céu azul e magenta
E o meu olhar tem razões que o coração não frequenta
Por favor diz-me quem és tu, de novo?
Quando o teu cheiro me leva às esquinas do vislumbre
E toda a verdade em ti é coisa incerta e tão vasta
Quem sou eu para negar que a tua presença me arrasta?
Quem és tu, na imensidão do deslumbre?
As redes são passageiras, as arquitecturas da fuga
De toda a água que corre, de todo o vento que passa
Quando uma teia se rasga ergo à lua a minha taça
E vejo nascer no espelho mais uma ruga
Quando o tecto se escancara e se confunde com a lua
A apontar-me o caminho melhor do que qualquer estrela
Ninguém me faz duvidar que foste sempre a mais bela
Por favor, diz-me que és alguém, de novo?
Quando a janela se fecha e se transforma num ovo
Ou se desfaz em estilhaços de céu azul e magenta
E o meu olhar tem razões que o coração não frequenta
Por favor diz-me quem és tu, de novo?
2 Comments:
"Estar com alguém e não saber com quem!"
Se mesmo á partida conhecendo as pessoas que nos rodeiam, acabamos por numca as conhecermos, estármos com esse alguém, é sempre o mesmo desafio que nos é colocado, saberemos nós com quem estamos!?!?
A questão da comunicação é sempre relativa, por muito que queiramos que o canal seja o mesmo,é sempre dificil, pois podemos estar a interpretar mal os codigos dessa pessoa e vice-verça...as proprias limitações da nossa linguagem também ajudam a que existam ruidos de fundo no canal e se distorça o principal assunto e se calhar o proprio elemento de ligação! SE calhar começa por nós próprios, saberemos nós quem realmente somos?!!! Partindo desse principio como podemos nós "exigir" saber quem é o outro?!!!
By Unknown, at 02:20
Volto as costas ao vazio
procuro o vento frio
o caruncho pode desfrutar
do meu velho sofá
deixo as manchas de café
o candeeiro de pé
vou em busca do meu Norte
Levo imagens que sonhei
tesouros que roubei
a famosa gabardine azul
tem mais alguns rasgões
levo as horas que perdi
o espelho a quem menti
sigo em direcção ao Norte
Quantos pontos cardeais
ficarão no cais da solidão?
Quantos barcos irão naufragar,
quantos irão encalhar na pequenez
da tripulação?
Deixo os dias sempre iguais
os mundos virtuais
deixo a civilização que herdei
colher o que plantou
abandono o carrossel
a Torre de Babel
deitei fora o passaporte
Confio às constelações
as minhas convicções
quebro o gelo que se atravessar
no rumo que eu escolhi
o astrolábio que há em mim
vai respirar enfim
hei-de alcançar o meu Norte
Jorge Palma - no mínimo o melhor compositor português e talvez da Via Láctea
http://foquisses.blogspot.com/
By Anónimo, at 15:28
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